11 de novembro de 2024
Você já sentiu vergonha por algum motivo? Sim? Como você lidou com essa situação?
Pensando sobre isso gostaria de te indicar um Filme muito bom sobre esse assunto chamado “O Discurso do Rei” onde o personagem principal demonstra medo, vergonha de subir no palco e falar em público. Ele é o homem que um dia se tornará Rei George VI, se prepara para fazer um pronunciamento seguindo um protocolo para uma cerimônia. É nítido para os telespectadores que a sua expressão facial sugere que há algo maior do que apenas o medo de falar em público, o que lhe causa bastante incômodo e preocupação. A razão do incômodo logo se esclarece nas cenas do Filme, ele tem gagueira e precisa enfrentar o tempo todo as suas reações Fisiológicas, pensamentos, emoções, tudo o que está dentro dele, que o faz paralisar, que é seu medo, sua vergonha.
A vergonha faz parte do comportamento humano, quando imaginamos que precisamos nos expor, desde a época dos homens das cavernas essa exposição era essencial para a sobrevivência, se expor é se mostrar, é estar vulnerável ao que não está sob nosso controle.
Quando surgem pensamentos do tipo “nunca vou ser bom o bastante, por mais que eu tente, sou um fracasso”, a tendência é não estarem satisfeitas, sempre exigindo mais e mais, e não trabalham com a ideia da falta, do erro, da falha, do insucesso, uma vez que a sociedade pode exigir e cobrar comportamentos suficientes bons, mesmo apresentando alguns comportamentos que são aceitos e outros nem tanto.
Algumas pessoas tendem a se comparar, outras se desmotivam, pois, estão sempre tentando se igualar aos outros, e dessa maneira elas sofrem muito, apresentam dificuldades de lidar com a incerteza, elas não querem correr riscos, tendem a imaginar e criar cenários voltados para o sofrimento. Ficam desmotivadas por não se igualar a determinada pessoa vista como exemplar e esquecem que essa mesma pessoa também é um ser humano falho, único, que erra e sofre.
Dicas importantes:
Praticar algum tipo de relaxamento pode ajudar na diminuição de ansiedade, estresse, pois são minutos valiosos de conexão com o seu corpo, suas reações, fazer esse movimento gera benefícios.
Praticar alguma atividade física também ajuda para diminuir o estresse e ansiedade. Exercitar o autoconhecimento, auto- compaixão, empatia, todas essas práticas contribuem para entender mais sobre quem somos e buscar qualidade de vida.
É importante destacar que enquanto estivermos vivos, poderemos sentir ansiedade, estresse, medo e vergonha em algum momento, a ideia é saber administrar, saber identificar todos eles no seu corpo, seus pensamentos, isso fará diferença. Caso perceba que sua vergonha te impede de fazer algo, procure ajuda de um profissional capacitado para lhe auxiliar nessa questão.
A terapia pode te ajudar nesse processo.
Rosângela Marchese de Oliveira, psicóloga
especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental e Gerontologia.
CRP:06/114750